O pesar de não tê-la encontrado mais cedo,
De não ter visto o céu quando havia esperança!
Som febril, ástreo som da alma de citaredo,
Por que vos não ouvi quando ainda era criança?
Quantas vezes o luar me sorria em segredo,
Quantas vezes a tarde era serena e mansa!
E o horizonte ante mim ressurgia tão ledo,
Que eu dizia: "Mas qua anjo entre nuvens avança?"
Hoje, depois de velho, e tão velho, mais velho
Que uma figura antiga e doce do Evangelho,
É que entre astros, trilhado o azul claro, a encontrei...
E pude, contemplando o sol da sua face,
Atirar a seus pés para que ela os pisasse,
Meus andrajos de pobre e meu manto de rei...
Alphonsus de Guimaraens, 1870-1921
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