sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Seremos como dois lírios enfermos

Seremos como dois lírios enfermos
Que morrem numa jarra abandonada.
O acaso nos mostrou a mesma estrada
E sonhamos ao luar dos mesmos ermos.

Abençoou-nos o mesmo azul sem termos,
Ao descambar da véspera sagrada.
E hei de ter, e terás, ó bem-amada,
Tranqüilidade e paz para morrermos.

Ah! tu bem sabes que não tarda o outono...
Perder-nos-emos pela escura brenha,
Pelos ínvios sertões do eterno sono.

E que nos baste, amor, termos vivido
Em meio destes corações de penha
Sem o lamendo inútil de um gemido!

Ilustração:
Lilium rubescens / John Game, edited by Denis Barthel. [2007].

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Paz e bem!

Uma novidade:
Instalei um mecanismo de pesquisa,
está na coluna ao lado
com o título
Pesquise no Seleta de Sonetos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Boicote Israel

Você financie a guerra que mata crianças?
Você financie a entidade sionista, “Israel”; que comete crimes de guerra?


Boicote o Estado Sionista de “Israel”

Esta e uma campanha para boicotar empresas que tem vinculo com guerra contro o povo palestino
As seguintes empresas financiam os Estado de Israel

Não compre os seguintes produto;.

Prticipe na campanha

Em seu web, blog ou participação em fóruns, adicione as informações da campanha.
· Faça uma cópia dos produtos e cole na entrada dos supermercados e em todos os lugares que comercializam os produtos relacionados abaixo

· Envie mensagens pelo seu celular para todos seus amigos
Envie também e-mails para todos de sua lista

· Participe de todas as convocatórias de protesto contra as agressões de “Israel” contra o Povo Palestino.
· Peça a seu governo que rompa as relações diplomática com “Israel” como uma forma de parar os genocídios israelenses.
Boicote produto que financie a guerra que mata crianças;

Boicote produto que financie a entidade sionista, “Israel”; que comete crimes de guerra.

fala com seus amigos e boicote

Empresas que financei as guerras de " ISRAEL"

Participe na campanha DIVULGANDO

Não cruza seus braços divulga e Una-se às forças pela Justiça e Paz



Não financie a guerra que mata crianças;
Não financie a entidade sionista, “Israel”; que comete crimes de guerra.

Extráido de http://somostodospalestinos.blogspot.com/2009/01/boicote-israel.html acesso em 12 Jan. 2009.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A nossa casa, Amor, a nossa casa!


A Nossa Casa

A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!

Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?

Sonho...que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,

Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro -- tão bom! -- dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...

Florbela Espanca, 1894-1930
Extraído de http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=1712 acesso em 3 Jan. 2009.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Vivendo para a morte, alegre da tristeza

O Oitavo Pecado

Vivendo para a morte, alegre da tristeza,
Temendo o fogo eterno e a danação sulfúrea,
Gelaste no cilício, em ascética fúria,
A alma ridente, o sangue em esto, a carne acesa.

Foste mártir e herói da própria natureza.
Intacto de ambição, de desejo ou de injúria,
Para ganhar o céu, venceste a ira, a luxúria,
A gula, a inveja, o orgulho, a preguiça e a avareza.

Mas não amaste! E, além do Inferno, um outro existe,
Onde é mais alto o choro e o horror dos renegados:
Ali, penando, tu, que o amor nunca sentiste,

Pagarás sem amor os dias dissipados!
Esqueceste o pecado oitavo: e era o mais triste,
Mortal, entre os mortais, de todos os pecados!

Olavo Bilac, 1865-1918
Extraído de http://pt.wikisource.org/wiki/O_Oitavo_Pecado acesso em 3 Jan. 2009.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Se eu a visse descer da escadaria

Se eu a visse descer da escadaria
de um altar que entre nuvens se atufasse,
certo o menor espanto não teria...
De onde quisereis vós que ela baixasse?

Pois dizei-me, vós todos, onde havia
de cintilar a luz daquela face?
A sua palidez tão casta e fria
era um lis, que na terra infiel não nasce.

Zelos de amor, no entanto, eu tinha, ao vê-la
mirada por vós todos, como estrela
vesperal que ninguém contempla a sos. .


Minha pobre alma, que ilusão a tua!
Há damas tristes que são como a lua:
a luz que têm é para todos nós...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Amemos a mulher que não ilude

Beijos Mortos

Amemos a mulher que não ilude,
e que, ao saber que a temos enganado,
perdoa, por amor e por virtude,
pelo respeito ao menos ao passado.

Muitas vezes, na minha juventude,
evocando o romance de um noivado,
sinto que amei, outrora, quanto pude,
porém mais deveria ter amado.

Choro. O remorso os nervos me sacode.
e, ao relembrar o mal que então fazia,
meu desespero, inconsolado, explode.

E a causa desta horrível agonia,
é ter amado, quanto amar se pode,
sem ter amado, quanto amar devia.

Martins Fontes, 1884-1937
Extraído de http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=1398 acesso em 2 Jan. 2008.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Oh! meu amor,escuta, estou aqui

Contrasenso

Oh! meu amor,escuta, estou aqui,
pois o teu coração bem me conhece,
eu sou aquela voz que, em tanta prece
endoideceu, chorou, gemeu por ti!

Sou eu, sou eu que ainda não morri.
Nem a morte me quer, ao que parece,
e vinha renovar se ainda pudesse
as horas dolorosas que vivi.

Oh! que insensato e louco é quem se ilude!
Quiz fugir, esquecer-te, mas não pude...
Vê lá do que teus olhos são capazes!

Deitando a vista pelo mundo além
desisto de encontrar na vida um bem
que valha o mal que tu me fazes!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Conheço um coração, tapera escura

Assombração

Conheço um coração, tapera escura,
Casa assombrada, onde andam penitentes
Sombras e ecos de amor, e em que perdura
A saudade, presença dos ausentes.

Evadidos da paz da sepultura,
Num tatalar de tíbias e de dentes,
Revivem os fantasmas da ternura,
Arrastando sudários e correntes.

Rangem os gonzos no bater das portas,
E os corredores enchem-se de prantos...
Um mundo de avejões do chão se eleva,

Ressuscitado pelas horas mortas:
Frios abraços gemem pelos cantos,
Beijos defuntos fogem pela treva.

Olavo Bilac, 1865-1918