quarta-feira, 14 de maio de 2008

Pouco me pesa que mofeis sorrindo


Via-Láctea XXXV

Pouco me pesa que mofeis sorrindo
Destes versos puríssimos e santos:
Porque, nisto de amor e íntimos prantos,
Dos louvores do público prescindo.

Homens de bronze! um haverá, de tantos,
(Talvez um só) que, esta paixão sentindo,
Aqui demore o olhar, vendo e medindo
O alcance e o sentimento destes cantos.

Será esse o meu público. E decerto,
esse dirá: "Pode viver tranqüilo
Quem assim ama, sendo assim amado!"

E, trêmulo, de lágrimas coberto,
Há de estimar quem lhe contou aquilo
Que nunca ouviu com tanto ardor contado.


Olavo Bilac, 1865-1918

2 comentários:

Wilder Wein disse...

Olá, Eugênio

Amei o blog, pois sou amante de sonetos. Encontrei muitos belíssimos aqui.
Sonetos são ótimas fontes para inspiração. Quem sabe não me inspire em um deles para o meu próximo post?

Parabéns e continue postando.

Unknown disse...

Paz e bem!

Wilder Wein:

1 Ia postar isto no teu blog, mas ele não está configurado para aceitar comentários
:-/ :-/ :-/ :-/ :-/ :-/ :-/

Suponho que seja pq o cristes hoje.

2 O Seleta de Sonetos é bem despretencioso: uma coleção de sonetos selecionados sob um único critério:
- Me agradarem.

E se possível quero fazer uma boa indexação de cada um deles.