sem perceber-se, vendo os teus cabelos;
passam-se os dias, vendo os olhos belos,
partes do Céu, onde amanhece a Aurora.
A boca vendo, aonde a graça mora,
mimsas faces, centro dos desvelos,
vendo o colo gentil, de donde os zelos,
por mais que os mandem, mão se vão embora.
Que tempo há de passar! Gasta-se a vida,
e a vida é curta, pois ligeira corre,
e passa sem que seja pressentida.
Ah, Marília, Marília, quem discorre
nas tuas perfeições, gostosa lida,
que alegre vive que insensível morre!
Alvarenga Peixoto, 1744-1793
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