II
AMOR, quantos caminhos até chegar a um beijo,
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com ma chuva.
Em Taltal não amanhece a primavera.
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono. de água de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura de água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações
tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos,
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa dos cravos.
Pablo Neruda, 1904-1973
Cem sonetos de amor / Pablo Neruda ; tradução de Carlos Nejar. -- Porto Alegre : L&PM, 1997. -- (Coleção L&PM pocquet; 19).
P. 8.
Um comentário:
Pablo Neruda, Florbela e tantos outros...
Gostei daqui.
Parabéns!
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