Os Seios
Nunca te vejo o peito arfar de enleio,
Quando de amor, ou de prazer te ébrias,
Que não ouça lá dentro as fugidias
Aves, baixo alternando algum gorjeio...
Aves são, e são duas aves, creio,
Que em ti mesma nasceram, e em ti crias,
Ao arrulhar de castas melodias,
No aroma quente e ebúrneo do teu seio;
Têm de uns astros irmãos o movimento,
Ou de dois lírios, que balouça o vento,
O giro doce, o lânguido vaivém.
Oh! quem me dera ver no próprio ninho
Se brancas são, como o mais branco arminho,
Ou se asas, como as outras pombas, têm...
Luís Delfino, 1834-1910
Extraído de http://www.avpb.olga.kapatti.nom.br/images_literatura/12a/poesia_literatura_alfarrabista_12_edicao.htm acesso em 31 Dez. 2008.
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