sexta-feira, 6 de junho de 2008

A cada canto um grande conselheiro


Descreve o que era realmente naquelle tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa
A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar a cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos Mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.


Extraído de http://pt.wikisource.org/wiki/A_cada_canto_um_grande_conselheiro acesso em 06 jun. 2008.

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